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terça-feira, 28 de março de 2017

A cada 20 segundos, um brasileiro é vítima de fraude de identidade



Quadrilha rouba dados pessoais para fechar negócios e pegar empréstimos.
Grande maioria das vítimas só descobre quando já está com o nome sujo.


Um brasileiro é vítima de fraude de identidade a cada 20 segundos. A quadrilha rouba dados pessoais para fechar negócios e até pegar empréstimos.
A grande maioria das vítimas só descobre quando já está com o nome sujo. Então começa a maratona para pessoa provar que levou um golpe e que não fez a dívida.
Informações pessoais, como endereço, data de nascimento, aparecem sem dificuldade para quem fizer buscas simples pela internet. Estelionatários usam esses dados para aplicar golpes. No ano passado, foram mais de 1,6 milhão vítimas.
Foi um susto atrás do outro. Primeiro, a Cristiane recebeu um telefonema avisando que alguém cadastrou digitais como se fosse ela no sistema biométrico do banco. E conseguiu fazer dois saques da conta: R$ 4,5 mil. Sorte que o banco reconheceu que não era ela porque os saques foram feitos no interior de São Paulo e Cristiane estava em Brasília.

Um mês depois, usaram os dados dela para tentar fazer uma compra e em seguida conseguiram contratar um pacote de internet em uma operadora de celular. Tudo usando informações corretas da Cristiane, como o CPF, a identidade...

"Aí eu já fiquei assim: Meu Deus, tem alguém usando os meus dados por aí. Eu fiquei perdida. Gente, e agora, o que eu faço?", contou a assessora de gestão de riscos Cristiane Esmeraldo.
Infelizmente, esse não é um caso isolado. Entre janeiro e novembro do ano passado, foram 1 1.655.628 tentativas de fraude em todo o país.
Os números são do Indicador Serasa Experian e indicam quando alguém usa dados de outra pessoa para tentar fechar negócios ou conseguir empréstimos.
Só em novembro foram 160 mil. E a maioria dos casos foi para fazer compras no setor de telefonia (35,5%); em segundo lugar, bancos e financeiras (29,3%).
A situação pode ficar ainda mais complicada para o consumidor se ele descobre que, além de estar sendo cobrado por algo que não comprou, já está com o nome sujo em um órgão de proteção ao crédito, como o SPC. Nesse caso, ele não vai conseguir nenhum empréstimo bancário, não pode fazer financiamento habitacional e nem pode assumir cargos públicos. 
E isso dá uma dor de cabeça danada. 
O Bom Dia Brasil teve acesso a um caso recente de Brasília: a cobrança que uma consumidora recebeu pela compra de duas linhas telefônicas, que ela não fez. A dívida, em 2014, era de R$ 871. Agora, quando soube que o nome já estava na lista de inadimplentes do SCPC, descobriu que já deve mais de R$ 2,8 mil.
Nem sempre dá para saber como os dados de identificação são fraudados. Mas alguns cuidados podem ajudar.

Principalmente para quem gosta de comprar pela internet. Neste caso, é fundamental pesquisar se a empresa é conhecida e confiável.

Também é bom evitar redes Wi-Fi desconhecidas, e nunca usar a mesma senha para todos os sites.

O advogado Geraldo Tardin, do Instituto de Defesa das Relações de Consumo, dá a dica para quem teve o nome negativado por causa de fraude. Ele explica que é preciso fazer primeiro um boletim de ocorrência, na polícia. E levar cópias deste boletim aos serviços de proteção ao crédito para que alertem os comerciantes e evitem novas compras. Depois tem que ir ao Juizado Especial de Pequenas Causas para entrar com uma ação para que o contrato seja anulado e mais.
"Declarar a nulidade, pedir para tirar o nome do SPC e Serasa. E pedir uma indenização por danos morais por todo esse transtorno e pela mácula, pelo fato da empresa ter negativado, ter te inscrito em um departamento de proteção ao crédito, aonde você não deve", ensinou o presidente do Ibedec, Geraldo Tardin.
Para entrar no Juizado de Pequenas Causas não é preciso ter advogado se o valor total da ação for de até 20 salários mínimos. Basta procurar o juizado da sua cidade que os funcionários do Tribunal de Justiça orientam e ajudam a fazer a ação. 

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